Idade e condicionamento físico não previnem mal súbito
Recentemente, o jornalista mineiro Rafael Silva teve um mal súbito enquanto apresentava um telejornal ao vivo. Aparentemente saudável, o incidente chamou a atenção por se tratar de uma pessoa jovem. Mas de acordo com a cardiologista do Hospital Vila da Serra, Patrícia Lages, a condição pode acontecer em qualquer idade e até mesmo durante uma prática esportiva:
“O mal súbito é um sintoma caracterizado por uma perda repentina de consciência e está relacionado a situações do dia a dia, como desidratação e jejuns prolongados, consumo de álcool e ainda uso de drogas. Quem apresenta alguma doença cardíaca é mais suscetível a ter mal súbito”, informa. No caso do Rafael Silva, o médico que o atendeu, conforme foi noticiado na imprensa, suspeita que haja uma ligação com uma doença cardíaca congênita.
Por se tratar de um sintoma e não uma doença, como explica Dra. Patricia Lages, nem sempre é possível evitar o mal súbito. “Como o próprio nome sugere, acontece de forma repentina, mas é importante manter um estilo de vida saudável, com visitas regulares ao médico, praticar algum exercício físico, não fumar nem usar drogas, evitar o estresse e jejuns prolongados, beber bastante água”, orienta.
A cardiologista frisa que o mal súbito pode acarretar a morte súbita se houver a presença de uma condição cardiológica. “A morte súbita pode ocorrer até as primeiras 24 horas após o aparecimento dos sinais e sintomas. Sua causa mais comum é a cardiopatia isquêmica (infarto do miocárdio), especialmente em pessoas acima de 35, 40 anos. Outras doenças mais raras também são fatores de risco, como a cardiomiopatia hipertrófica (CMH) – normalmente associada a fatores genéticos –, por isso é importante realizar uma consulta com um cardiologista que, pelo exame clínico, história familiar e exames complementares necessários”, poderá diagnosticar a existência da CMH”, esclarece.